A Páscoa e o Espiritismo
A palavra Páscoa tem origem em dois vocábulos hebraicos: um, derivado do verbo pasah, quer dizer “passar por cima” (Êxodo,
23: 14-17), outro, traz raiz etimológica de pessach (ou pasha, do grego) indica apenas “passagem”.
No judaísmo, a Páscoa comemora dois gloriosos eventos
históricos, ambos executados sob a firme liderança de Moisés: no primeiro, os judeus são libertados da
escravidão egípcia, assinalada a partir da travessia no Mar Vermelho.
O segundo evento caracteriza a
vida em liberdade do povo judeu, a formação da nação judaica e a sua
organização religiosa, culminada com o recebimento do Decálogo ou Os Dez Mandamentos da Lei de
Deus (Êxodo 20: 1 a 21).
A Páscoa católica, festejada pelas igrejas romana e ortodoxa, refere-se à ressurreição de Jesus, após a
sua morte na cruz (Mateus, 28: 1-20; Marcos, 16: 1-20; Lucas, 24: 1-53; João,
20: 1-31 e 21: 1-25).
Entendem que
não há porque celebrar a Páscoa no dia da ressurreição do Cristo. Por
outro, fundamentados em certas orientações do apóstolo Paulo (1 Coríntios,5:7),
defendem a ideia de ser o Cristo, ele mesmo, a própria Páscoa. Comungam outro ensinamento de Paulo de
Tarso (1Corintios, 5:8): o “cristão deve
lançar fora o velho fermento, da maldade e da
malícia, e colocar no lugar dele os asmos da sinceridade e da
verdade.”
A Doutrina Espírita não comemora a
Páscoa, ainda que acate os preceitos do Evangelho de Jesus, o guia e modelo que
Deus nos concedeu: “(…) Jesus representa o tipo da perfeição moral que a
Humanidade pode aspirar na Terra.” Contudo, é importante destacar:
o Espiritismo respeita a Páscoa
comemorada pelos judeus e cristãos, e compartilha o valor do simbolismo
representado, ainda que apresente outras interpretações. A liberdade
conquistada pelo povo judeu, ou a de qualquer outro povo no Planeta, merece ser
lembrada e celebrada. Os Dez Mandamentos, o clímax da missão de Moisés, é um
código ”(…) de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso mesmo,
caráter divino. (…).”
A ressurreição do Cristo representa a vitória
sobre a morte do corpo físico, e anuncia, sem sombra de dúvidas, a imortalidade
e a sobrevivência do Espírito em outra dimensão da vida.
Referências
BÍBLIA DE JERUSALÉM. Diversos
tradutores. São Paulo: Paulus, 2002.ELWELL, Walter A (editor). Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Trad.
Gordon Chow. 1ªed. 3ª reimp. Vol. III. São Paulo: Edições Vida Nova,
2003.
DOUGLAS, J.D. (organizador). O Novo Dicionário da Bíblia. Tradução de
João Bentes. 3ª ed. rev. São Paulo: Vida Nova, 2006.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. Evandro Noleto
Bezerra. 2ªed. 1ª reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2011.
O
Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra.
1ªed. 1ª reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2008.
XAVIER, Francisco Cândido. Pão Nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 1ªed. 3ª reimp.
Brasília: FEB Editora, 2012 .
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